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PROMOVIDO PELO CENTRO SOCIAL PAROQUIAL DA VERA CRUZ, FINANCIADO PELO ACIDI,IP E PELO FEINPT
Criado por: Denys Shavyrov

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Interculturalidade (3)

Fado Moliceiro


Morro de amor pelas águas da ria
Esta espuma de dôr eu não sabia
Sou moliceiro do teu lodo fecundo
Sou a Ria de Aveiro, o sal do mundo

Vara comprida
Tamanho da vida
Braço de mar
A lavrar, a lavrar

Morro de amor nesta rede que teço
E é no sal do suor que eu aconteço
Para além da salina
O horizonte me ensina
Que há muito mar
Muito mar p'ra lavrar
P'ra lavrar

("Fado moliceiro" é um fado com poema de José Carlos Ary dos Santos e música de Carlos Paredes. 
Em 1983, Carlos do Carmo publica "Um homem no país". A sétima faixa do disco corresponde a este "Fado moliceiro".)

Interculturalidade (2)

Kizomba é um género musical e de dança originário de Angola.

Nos anos 50/60 em Angola dançava-se nas grandes farras, conhecidas por "kizombadas" muitos estilos musicais tipicamente angolanos, como o Merengue angolano o Semba a Maringa e o Caduque (que deu origem à Rebita). 

O Kizomba, como dança, tem origem exactamente nessas farras, com dançarinos de renome como Mateus Pele do Zangado, João Cometa e Joana Perna Mbunco ou Jack Rumba que eram os mais conhecidos e escreviam no chão, as passadas notórias dos seus estilos de exibição ao ritmo do Semba. 

Estas passadas, evoluíram com o tempo para um estilo mais lento acompanhando também um ritmo menos corrido do Semba, já típico na década de 70 e conhecido por Semba lento, um ritmo menos tradicional mas mais do agrado dos jovens, tornando-se uma mescla de ritmos e de sabores, uma dança plena de calor e de sensualidade que propicia uma verdadeira cumplicidade e empatia entre os pares. 

Este estilo começou a evoluir entre 1980 e 1981 com grupos como Os Fachos, um grupo ligado às FAPLA e liderados por Abel da Samba e os Afro Sound Star que misturavam o Semba lento com a Kilapanda levando ao aparecimento do ritmo conhecido por Kizomba .

O termo Kizomba surge também ligado ao estilo em 1981, através do "Bibi o rei da passada", percussionista dos SOS, um grupo que juntando outros estilos, como o Merengue angolano, aos ritmos desenvolvidos pelos outros grupos contemporâneos, desenvolveram uma sonoridade mais apetecível e dançante que começou a circular pelas farras angolanas . 

Um dos membros deste grupo era Eduardo Paim que, após a dissolução dos SOS, se mudou para Portugal levando com ele o ritmo Kizomba, que começou ter adeptos em terras Lusas mas erradamente confundido com uma variante do Zouk.

Então podemos diferenciar:
Presentemente, nos países e comunidades lusófonas espalhadas pelo mundo, e devido ao facto de ser muito difícil distinguir entre Zouk, de uma forma rude e genérica pode-se dizer:
  • Zouk é cantado em francês, 
  • Colá-Zouk em crioulo de Cabo-verde 
  • e Kizomba em português.

Interculturalidade (1)

Semba é um dos estilos musicais angolanos mais populares. A palavra semba significa umbigada em quimbundo (língua de Angola). Foi também chamado batuque, dança de roda, lundu, chula, maxixe, batucada e partido alto, entre outros, muitos deles convivendo simultaneamente.
O cantor Carlos Burity defende que a estrutura mais antiga do semba situa-se na massemba (umbigada), uma dança angolana do interior caracterizada por movimentos que implicam o encontro do corpo do homem com o da mulher: o cavalheiro segura a senhora pela cintura e puxa-a para si provocando um choque entre os dois (semba).
Jomo explica que o semba (género musical), actual é resultado de um processo complexo de fusão e transposição, sobretudo da guitarra, de segmentos rítmicos diversos, assentes fundamentalmente na percussão, o elemento base das culturas africanas.